O resultado não foi tão bom para as emissoras na cobertura do “Caso Eloá”:
17/02/2012 1 Comentário
A maratona do julgamento de Lindemberg Alves terminou mal para as emissoras de televisão que exploraram o caso de todas as formas possíveis. À espera da sentença, que demorou algumas horas para ser lida, Record e Band permaneceram no ar ao vivo e se perderam em repetições infinitas.
Foi um show de humor involuntário, comandado por Reinaldo Gottino e José Luiz Datena. Do alto do helicóptero da Record, o comandante Hamilton repetia, a cada cinco minutos. “A expectativa é muito grande.”
Sem ter o que falar, enquanto aguardavam a sentença, os jornalistas se esmeravam em detalhes desimportantes: “Carro entrando na garagem”, dizia Datena, enquanto a câmera da Band mostrava um carro entrando de ré na garagem do Fórum de Santo André.
“Tá vendo aquela perua branca, Gottino?”, perguntou a repórter da Record enquanto a câmera mostrava uma perua branca. “Tô vendo”, respondeu o apresentador. “Pois é, aquela perua branca é que faz o transporte dos jurados.”
A certa altura, Datena se irritou com os seguidos atrasos na divulgação da sentença. “Já mudaram”, reclamou. “Se não vão esperar o Jornal Nacional…”, disse, sugerindo que a leitura pudesse coincidir com o começo do telejornal da Globo –o que não ocorreu.
“A juíza está agora fazendo as contas”, explicou alguém na Record. “O áudio, nós vamos mostrar ao vivo”, disse a repórter, querendo dizer que a emissora transmitiria o som, sem imagens, da leitura da sentença.
“Daqui a pouco é meia-noite e a gente tá aqui falando”, observou Datena, impaciente, antes de prometer: “Eu vou dar um pulo de alegria aqui se esse cara pegar uma cana lascada”. Não deu tempo. O programa do apresentador acabou antes.
Durante a leitura feita pela juíza Milena Dias, a RedeTV! inovou. A emissora, que transmitia ao vivo a partida entre Porto e Manchester City, dividiu a tela em dois. Numa metade, continuou mostrando o jogo; na outra, exibiu cenas do caso Eloá e a voz da juíza. Deu para ver o segundo gol do Manchester.
Texto feito pelo colunista Mauricio Stycer.
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