08/06/2010
por Geraldo Junior

FAMOSIDADES – De onde surgiu a idéia de montar “O Soldadinho e a Bailarina”?
LUANA PIOVANI – Não existe um processo de escolha. Quando eu estou em cartaz com uma peça, algumas idéias vão surgindo. Mas o que foi fundamental na escolha desse texto é que eu acho importante é que, por meio de uma peça, as crianças vejam que o Perneta [soldadinho de uma perna só] é o grande herói e a paixão da bailarina, o brinquedo mais cobiçado do quarto. Vão entender que somos todo iguais por sermos diferentes. Essa é a mensagem que eu quero passar para eles.
Teve algum contato com o balé antes ou descobriu agora?
Nunca. Eu fiz aula de jazz, mas o balé eu só descobri agora, aos 33 anos. Nunca tinha feito uma aula. No começo, meu pé doía muito, o corpo todo doía. E olha que eu nunca fui sedentária. Mas o corpo acostuma. Eu jamais havia penando em ser bailarina.
No espetáculo você canta. Como foi essa experiência?
Quando eu soube que teria que cantar, bateu aquela insegurança. É algo que faço há pouco tempo. É estranho quando ouço minha voz gravada. Mas eu fui tão bem assistida que não tive o que temer. Tudo me incentivou muito. Os arranjos foram feitos de forma que eu pudesse me sentir uma cantora de verdade. Tudo muito maravilhoso.
Pensa em fazer um musical?
Antes de passar por essa experiência com o canto na peça, já havia despertado em mim o desejo de fazer um musical. Essa vontade ficou muito mais forte agora. E meu próximo projeto será um musical.
Mas será um musical infantil?
Não. Será um musical adulto. Já escolhi o texto, vou produzir também. Mas ainda é cedo para falar sobre um novo projeto porque “O Soldadinho e a Bailarina” ainda tem um longo caminho pela frente.
Em que momento você decidiu focar sua carreira para o público infantil?
Quando eu produzi a minha primeira peça, eu já pensava em fazer um infantil. Acho linda a história do “Pequeno Príncipe”. Achava importante passar aquela lição para as crianças, sabe. Falta cultura para grande parte das crianças do nosso país. Lê-se muito pouco. É preciso investir nelas, em educação, em cultura. Porque a educação que cria uma nação.
E como foi essa descoberta?
Eu achei peculiar a maneira como as crianças se expressavam. É gostoso, é sincero. Eu adoro a interação deles com o espetáculo. Eles gritam, querem avisar… elas são parte do espetáculo. E você precisa estar atenta o tempo todo. É exercício de concentração divertido, elas não interrompem, elas interagem.
Quando você estava em cartaz com o monólogo “Pássaro da Noite”, você declarou que a peça era um desafio para você e para a sua carreira. O que mudou de lá pra cá?
Realmente foi um divisor de águas. Depois dele, eu me sinto preparada para fazer qualquer coisa, qualquer clássico. Eu me desafiava no palco todos os dias. Foi uma experiência avassaladora. Eu cresci muito como profissional.
E no cinema, você vai mesmo fazer “Mulher Invisível 2”?
Vou. Eu, Selton [Mello], toda a equipe de novo. Mas gravações começam só no ano que vem.
Dizem que você também vai estar na adaptação para o cinema de um livro do Nelson Motta. É verdade?
É. Mas é só para o ano que vem também.
Atualmente, você está gravando o seriado “Na Forma da Lei”. Como é a sua personagem?
Eu faço a Gabriela, uma delegada federal. Ela é casada, tem filhos, é honesta, íntegra. É uma nova profissional que tenta enquadrar o protagonista da série, interpretado pelo Márcio [Garcia].
Você fez algum tipo de laboratório, alguma preparação para a personagem?
Eu fiz aulas de tiro e tática militar. Foi muito puxado, muito cansativo. Eu tive muita dificuldade com a arma. Eu achava que o festim ia machucar, sofri muito com o barulho. Me incomodava. Me assustava. Mas quando tivemos que gravar, tudo passou. Eu consegui gravar e depois da primeira cena, fluiu e foi tudo tranquilo.
Oque te levou a aceitar esse papel?
Muita coisa. Deu para conciliar as gravações com a peça. Foi um convite do Wolf [Maia, diretor do seriado], eu tenho o maior carinho por ele, que me esperou para dar início ao projeto. E tem também a possibilidade de mostrar que é possível melhorar o lugar em que se vive. O seriado fala da vontade desses jovens profissionais que querem fazer a diferença.
Dezoito anos depois, você volta a participar de um projeto de Antônio Calmon. Como foi esse reencontro?
Quem proporcionou esse reencontro foi o Wolf. Foi ele que me chamou para o papel. Mas eu estava com saudade de trabalhar com o Calmon. Meu primeiro papel foi em um trabalho dele [na minissérie “Sex Appeal”]. Eu era tão novinha. É maravilhoso faze um texto dele novamente.
Se eles te convidassem para fazer uma novela, você toparia?
Eu adoraria fazer uma novela. Mas ela toma um ano da sua vida, são 12 meses de dedicação. É muito tempo. Quando eu penso nisso, eu desisto de fazer novela. Porque eu estou muito envolvida com o teatro e fica difícil conciliar.
Em uma entrevista você declarou que “as pessoas têm uma imagem completamente diferente de mim”. Quem é a Luana Piovani?
Eu sou alegre, otimista, dedicada, batalhadora. Sou alguém que ama o teatro, sou simpática, feliz. Sou humilde, sou simples pra caramba.
Você se acostumou a lidar com o assédio da imprensa?
Eu fiquei famosa aos 16 anos, se passaram quase 20 anos. É impossível não aprender nada depois de tanto tempo. Eu aprendi a lidar e a conviver com isso. Acostumar eu não acostumei. Mas não me incomoda mais não.
É difícil manter um relacionamento sendo uma pessoa famosa?
É difícil manter um relacionamento na vida. Seja você famoso ou não. Seja um namoro, amizade, relacionamento familiar. A convivência entre duas pessoas é muito complicada. Agora, ser famosa só amplia isso. Os meus relacionamentos são iguais ao de todo mundo.
E você está mesmo solteira? Terminou pra valer com o Felipe Simão?
Estou. Estou solteira. Solteiríssima.
Por : Famosidades
Curtir isso:
Curtir Carregando...
Últimos comentários