Cynthia Benini cospe no SBT e diz que seu sonho é apresentar o ‘Fantástico’ Criado

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Em fase de reavaliação pessoal e profissional, a jornalista do SBT Cynthia Benini (40) trocou uma ampla morada sustentável na Granja Viana — com horta, pomar, aquecimento solar e reaproveitamento da água da chuva —, por um dúplex de 178m² na Vila Madalena, em SP. A cobertura no oitavo andar tem vista para uma área arborizada, raridade na metrópole, fonte de inspiração para Cynthia, que vive no espaço moderno e clean com a filhaValentina (12), da relação com o ator André Gonçalves (39), e três cães: Lilica e Coquinho, da raça border collie, e Lulu, yorkshire.

Meiga e inteligente, a menina surpreende a mãe o tempo todo. Chegou em casa com a mão cheia de pequenos desenhos. “São meus pensamentos”, explicou. Lá se via um alienígena, o planeta Júpiter e o yin e yang, símbolo de paz e amor taoístas. A mãe, por sua vez, cultiva paixão por fotografia. Recentemente, saiu pelas avenidas de São Paulo fotografando gente na rua e pretende expor o resultado no projeto Os Invisíveis. Sobre outro tipo de paixão, a jornalista é de poucas palavras. Está com alguém no coração, mas faz mistério… Ao menos, por enquanto.

– Por que mudar de casa?
– Estava morando em um condomínio delicioso, com muito verde, onde construí uma casa para envelhecer. Mas fiquei distante da cidade, da vida que me alimenta. Preciso da referência da arte, do cinema, de ir caminhando até a padaria, de frequentar a praça e puxar papo com os outros donos de cachorros. Hoje, não tenho o pomar, mas tenho a vista que me inspira e que são as asas que sei que preciso para voar.

– Como está a vida amorosa?
– Assim como a minha vida profissional, estou em um momento de reavaliação, mas muito feliz.

– O que difere amor e paixão?
– Paixão é o amor inconsequente, meio infantil… Amor é admiração e respeito; é vontade de estar junto, de dividir, de contar e saber. Quando há amor, existe entendimento e há cuidado com relação.

– O que quer no profissional?
Apresentar o Fantástico, na Globo, ou um programa no GNT. Mas, enquanto estiver no SBT, espero sempre crescer. Já foram mais de cinco jornais, reportagens especiais para oSBT Repórter, duas novelas e fui até entrevistadora do Bailando por um Sonho, do Silvio Santos. Estou à frente dos boletins vespertinos de jornalismo e apresento o SBT Brasil aos sábados. Me sinto pronta para novos desafios, como ter um quadro sobre moda, entretenimento e urbanidade. Ou um ‘programete’ de 15 minutos na grade. Por que não?

– O que aprendeu com Valentina até agora?
– A maternidade é uma descoberta maravilhosa, um exercício do educar e do ensinar a compartilhar e ser tolerante. O aprendizado é diário. Ela me ensina a ser mais paciente, por exemplo. Novas questões aparecem e nossos laços precisam ser fortes.

“Império” e os obstáculos

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Com problemas de saúde, Drica Moraes teve que deixar as gravações de “Império”. Não é a primeira vez que um impasse desses se apresenta para a equipe de uma novela. Riscos assim são inerentes ao gênero, já que o elenco passa meses gravando. É um trabalho imenso, hercúleo, pontuado de inevitáveis imprevistos. Portanto, saber encontrar soluções para as intercorrências também faz parte do processo. A saída mais frequentemente usada nesses casos é a do personagem que “parte numa longa viagem”. Mas não é uma regra. Em 2002, Débora Falabella caiu de cama com meningite e sua irmã, Cynthia, também atriz e muito parecida com ela, assumiu por alguns capítulos a personagem, Mel. Soaria como uma ideia extravagante de Gloria Perez não fosse a autora uma das principais defensoras do princípio de que o público deve “voar”. E funcionou. Em 2006, Silvio de Abreu teve que reescrever muitos capítulos de “Belíssima” quando Gloria Pires contraiu hepatite. O jeito foi internar a personagem, a protagonista, numa clínica de estresse.

Agora, a solução encontrada pelo autor, Aguinaldo Silva, foi devolver a vilã Cora à sua intérprete na fase inicial, Marjorie Estiano. Desde o capítulo de sábado, ela ocupa o lugar de Drica. As transformações fisionômicas foram tratadas com certa naturalidade. Na primeira cena com Marjorie, o Comendador (Alexandre Nero no melhor papel de sua carreira na TV) comentou, com sutileza, a mudança. Ela retrucou algo na linha “estou rejuvenescida por você” e a sequência ficou costurada por flash-backs. Foi bom.

O expediente, se por um lado serviu para não corromper a trama, mantendo a personagem no enredo, por outro, é um risco. Uma obra de ficção não precisa ser realista, mas vive de credibilidade. Pode dar certo — e num primeiro momento pareceu dar. A decisão de Aguinaldo, um autor em grande momento criativo, foi corajosa. Resta saber qual será a reação do público. Tudo isso faz lembrar aquilo que Umberto Eco chamou de “um acordo ficcional” entre um leitor e o criador de uma obra literária. “É a suspensão da descrença, o leitor tem de saber que o que está sendo narrado é uma história imaginária, mas nem por isso deve pensar que o escritor está contando mentiras. Aceitamos o acordo ficcional e fingimos que o que é narrado de fato aconteceu”, escreveu ele.

Voltando a Cora, a personagem era um dos pontos mais promissores de “Império”. Porém, sua força foi se diluindo em cenas cômicas. Com tal guinada, a malvada acabou deixando o lugar inicialmente tão central. As razões para isso não dizem respeito ao trabalho das duas (maravilhosas) atrizes e sim ao caminho da dramaturgia. Agora, com esse solavanco da vida real com reflexos na ficção, quem sabe ela retomará o antigo posto de principal malfeitora. O autor poderia ter optado pela tal “longa viagem” ou por outro recurso qualquer que tirasse a solteirona da história. Mas, não, preferiu mantê-la ao custo da substituição da atriz. Que toda essa aposta em Cora seja parte de uma virada maior.

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