EDITORIAL – Dilma, Serra e outros partidos disfarçados de emissoras

Essa semana foi decido os próximos quatro anos do país. O futuro. E Dilma Roussef venceu. Mas foi uma guerra muito mais árdua do que se pensa. A ex-guerrilheira enfrentou o maior jornal do país, a maior revista e a maior emissora de televisão, Folha de São Paulo, Veja e Rede Globo, respectivamente.

Pode parecer normal ou repetitivo saber que essas firmas torcem por uma cor partidária e fizeram, fazem, e para sempre farão propaganda voluntária para tal. Mas não é correto. É crime. Querer induzir alguém a pensar como você, utilizando, para isso, um grande meio de comunicação é algo que já não deveria mais constar em nossa democracia.

O fato é que o povo não é mais bobo. Não se submete mais a pensamentos impostos a força. O povo cresceu e isso ficou claramente exposto nesse último domingo, quando a primeira mulher conseguiu assumir o país eleita pelo povo. Em toda entrevista ao JN, Dilma falou sobre três temas, apenas, contra nove assuntos pautados por Serra. Já a Veja, de todas as capas do ano, mais da metade perfilaram ao som do PSDB. E a Folha de São Paulo? Seu instituto de medição sempre deu Serra mais bem colocado, se comparado aos outros institutos de pesquisa.

Mas nessa luta entre o exército dos poderosos e o povo brasileiro, quem venceu foi à democracia, e é necessário termos orgulhos disso. Jamais ostentaremos um monopólio fundamentado na ilegalidade, jamais enfrentaremos a ditadura, mesmo que esta esteja coberta de sorrisos e debaixo de panos democráticos. 

E nunca aquele bordão criado por aquela emissora que tanto tem a nos envergonhar pelo seu passado sombrio caiu tão bem: “O povo tá ligado na Globo, isso é globalização”.

Por: Breno Cunha